O livro problematiza e desconstrói duas ideias há muito consolidadas no campo acadêmico-científico: a concepção de intelectual imputada exclusivamente aos portadores da cultura científica e a consagração do intelectual acadêmico como o único leitor das linguagens fenomênicas do mundo. Aqui a expressão intelectual assume novos contornos e significados, uma vez que comporta também pessoas comuns que se distinguem pelo modo de observar os fenômenos com atenção e criar métodos específicos para conhecê-los, decifrá-los, explicá-los. Aproximar e fazer dialogar essas duas experiências noológicas – simétricas e assimétricas ao mesmo tempo – pode facilitar a expressão de um pensamento complexo que amplia seus horizontes para além da aproximação e religação entre áreas de especialidades da cultura científica. Ampliada em dois capítulos, recontextualizados alguns fragmentos para garantir atualidade, e cuidadosamente revisada, essa segunda edição assume uma natureza inaugural, como inaugurais, fundadoras e originais são as ideias, reflexões e argumentos apresentados pela autora em relação à reorganização porque passam as ciências desde meados do século 20. CARLOS ALDEMIR FARIAS