Neste livro, Ubiratan D’Ambrósio exercita suas reflexões acerca da transdisciplinaridade na educação, da Etnomatemática e das matrizes teóricas que propõem um enfoque holístico na produção de conhecimento, tanto na sua organização intelectual e social, como na sua difusão. O propósito do autor é a recuperação das várias dimensões do ser humano, na tentativa de alcançar uma compreensão d mundo na sua dimensão integral. Para alcançar tal intento, D’Ambrósio assegura que a aprendizagem é a aquisição da capacidade de explicar, de apreender e compreender, de enfrentar criticamente situações novas. Não se constitui do mero domínio de técnicas, habilidades e muito menos da memorização de algumas explicações e teorias. Para que o estudante possa alcançar essas capacidades, é necessário que o professor adote uma postura educacional baseada no desenvolvimento da criatividade desinibida que conduz a novas formas de relações interculturais que devem proporcionar o espaço adequado para a equidade social e cultural.

Este livro é a sistematização de uma pesquisa cientifica desenvolvida na Universidade Federal do Rio Grande (FURG), no âmbito do programa de Pós-graduação em Educação. Entre 2018 e 2022,
criamos pesquisas de esperançar em tempos de desesperança
e transgredindo o ensinar/pesquisar como prática de
liberdade (hoocks, 2017).
O projeto teve como objetivo principal discutir as pedagogias periféricas criadas e desenvolvidas à margem da educação
formal. Assentada no campo da educação popular e dos estudos
feministas, tendo como marco teórico o materialismo histórico e priorizando o conhecimento que vem sendo produzido na América Latina, Caribe e nos feminismos transatlânticos, abordamos um campo que produz um conhecimento por vezes marginal, periférico e clandestino, por não estar sendo feito dentro dos marcos da educação formal.

Entres saberes e práticas na contemporaneidade é o subtítulo de uma obra potente nos dias de hoje. Devemos reinvestir na EDUCAÇÃO para compreender que o convívio entre seres precisa de ‘contrato social’ e na ESTÉTICA para lembrarmos que a Educação não pode ser concebida sem princípios. Portanto, esses dois pontos só podem ser praticados mediante a EXPERIÊNCIA. Os organizadores, dessa obra, Alex Sander da Silva & Luzia Batista de Oliveira Silva agregaram em diferentes dimensões esses três pilares para perspectivar os saberes e as diferentes práticas formativas na contemporaneidade. Precisamos reafirmar as possibilidades de se contar ao Brasil a “história que a história não conta; o avesso do mesmo lugar” (trechos tirados do Samba-Enredo 2019, da Escola de Samba Mangueira cujo título é História pra Ninar Gente Grande.), pois “na luta é que a gente se encontra”. Se “desde 1500 tem mais invasão do que descobrimento” somos cientes que ” tem sangue retinto pisado; atrás do herói emoldurado”. Portanto, é com Educação, Estética e Experiência que vislumbramos “…um país que não está no retrato” e que possa privilegiar a voz daqueles/as que foram silenciados/as pelas versões oficializadas da ‘estórias’ partidária de um contingente populacional. DR Christian Muleka Mwewa Três Lagoas – MS

O conjunto de textos que compõe este livro é oriundo das investigações desenvolvidas no Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre Formação de Professores e Relações Étnico-Raciais (NEAB-GERA), da Universidade Federal do Pará, e problematiza a formação docente e suas interfaces com a Educação, o ensino de História e seus desdobramentos a partir da Lei nº 10.639/2003. As discussões e análises abarcam temas caros à educação brasileira, como discriminação; preconceito; identidade; relações hierárquicas na escola; sociabilidades juvenis; luta pela igualdade racial; política educacional no Brasil; currículo; relações de poder e invisibilidade entre grupos sociais; negação da cidadania; fragilidade das ações pedagógicas frente ao trabalho docente e temáticas correlacionadas. Politizar o pensamento e desconstruir práticas pedagógicas e estereotipias enraizadas no âmbito da escola, que reforçam ações discriminatórias e preconceituosas, constituem-se os propósitos centrais dos estudos aqui apresentados. Carlos Aldemir Farias da Silva