Travessias em Educação Matemática: Experiências, afetos e investigações

As palavras mencionadas na epígrafe me levaram a refletir sobre as mais diversas compreensões acerca do que se concebe como arte e matemática, no sentido de manifestação humana concernente à criatividade, beleza, universalidade, simetria e dinamismo, como qualidades que frequentemente  usamos quando nos referimos quer às artes, quer às matemáticas. Beleza e rigor são comuns a ambas. A matemática tem um notável potencial para revelar estruturas e padrões que nos permitem compreender o mundo que nos rodeia. Desenvolve a capacidade de sonhar e permite imaginar mundos diferentes em busca de tornar possível sua representação, além de dar, também, a possibilidade de comunicar ao mundo esses sonhos e imaginações, de forma clara e não ambígua. A esse respeito, é justamente essa capacidade de enriquecer o imaginário de forma estruturada e representativa, que sempre atraiu e continua a atrair criadores dos mais diversos tipos e estilos das artes e tem influenciado as mais diversas correntes artísticas e matemáticas, pois como a história nos mostra, em muitos casos a matemática tem seu desenvolvimento conceitual motivado por concepções de ordem estética. A beleza é, de fato, o objeto principal do raciocínio e das demonstrações matemáticas, posto que, tanto o matemático, como o pintor ou poeta, exercitam criativamente a produção de padrões, tanto nas formas e cores como nas palavras, nas ideias e combinações lógicas e elaborações analógicas. Todas essas manifestações sociocognitivas e culturais apresentadas por poetas, pintores e matemáticos são expostas como padrões de beleza em cada um dos campos, ou seja, todas têm uma estética em que as ideias, tal como as cores, as palavras ou os sons, devem ajustar-se de forma harmoniosa. Conforme mencionei anteriormente, as ideias expostas por mim, neste prefácio, se constituem em um mantra ou um mote para que o leitor possa abrir as portas de entrada em um cenário por onde circularão os elementos que configurarão um movimento coletivo de pensamentos e práticas em pesquisas que envolvem artes, ciência e formação que convergiram para a gênese e desenvolvimento de um grupo de pesquisa em torno dos conceitos, funda- mentos e métodos conformadores de uma epistemologia da visualidade como um campo de pesquisa voltado à formação de professores de matemática e sua práxis. Ao longo dessas duas décadas pude, em diversos momentos, (com)viver interativamente nas ações formativas, investigativas e de integração profissional docente que propiciou a instituição, constituição e institucionalização do coletivo que atualmente representa o Grupo de Estudos Contemporâneos e Educação Matemática – GECEM, da Universidade Federal de Santa Catarina. A leitura dos originais deste livro me possibilitou identificar como seus autores manifestam suas ideias e reflexões acerca das múltiplas formas de tomar a pluralidade das artes para dar encaminhamentos às pesquisas no âmbito da formação pós-graduada no campo da Educação Matemática. Portanto, considero que esta publicação representa uma forma de testemunho do tempo e do trabalho coletivo do grupo que, de certo modo, representa uma trajetória composta por desafios, criatividade, rigor, empenho e compromisso com a formação científica em Educação Matemática, a partir dos investimentos em direção a um novo subcampo de estudos e pesquisas, que envolve as relações entre as artes e a Educação Matemática. É com essa finalidade que este livro produzido coletivamente pelo GECEM, expressa o serestar dos diversos pesquisadores do grupo, que se dedicam a essa temática, por meio de suas sinopses sociocognitivas e culturais presentes entre o gesto e o conceito, como expressões poéticas de movimentos coletivos que concretamente se mostram nas interrelações centradas em matemática, arte, visualidade e formação de professores. Na mesma esteira tecida pelo GECEM, o livro se estabelece como um atlas cuja cartografia aponta as diversas bifurcações, percursos abertos e trilha- dos pelo grupo em duas décadas de existência. Trata-se da construção de uma territorialização epistemológica constituinte de uma vida que se transforma com matemática e arte, a partir de uma configuração espacial epistemológica exposta na forma de um desenho que contém uma coletânea de escritos esparsos que, por vezes, evidenciam aspectos históricos, representacionais e práticas matemáticas que dão contorno aos ensinos, às formações de professores e às expressões estéticas visuais de ampliação matemática. Considero, também, que em determinados momentos o livro se caracteriza por uma escrita de ensaios-testemunhos referentes às trajetórias de transformação sociocognitiva e cultural de cada um e de todos os membros do grupo na forma de descrições, reflexões e apontamentos de resultados de suas pesquisas, com vistas a caracterizar o coletivo e estilo de pensamento que configura o grupo em seus modos de ser e estar no campo da Educação Matemática em suas conexões com as emergências da contemporaneidade. É nesse formato de publicação que o livro está organizado em dez capítu- los reflexivos sobre a vivência formativa dos participantes do grupo, como uma maneira de valorizar o empreendimento acadêmico estabelecido desde a sua gênese até o contexto atual das disseminações de ideias em outros subcampos aos quais se inseriram seus membros anteriores e atuais, bem como na inserção continuada de novos membros ao grupo. Cabe aos leitores adentrarem na leitura de cada um e de todos os capí- tulos a fim de mergulharem nos temas abordados, para assim poderem extrair as essências que emanam de cada texto e do livro como um todo, de modo a compreender a poematemática expressa na cartografia que compõe o atlas estabelecido pelo grupo. Assim, o leitor poderá compreender a essência das leituras, discussões e reflexões que demarcam a territorialização epistêmica que compõe a Epistemologia do GECEM em seu movimento singular e plural no campo da Educação Matemática. Desejo uma ótima e enriquecedora leitura.

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As palavras mencionadas na epígrafe me levaram a refletir sobre as mais diversas compreensões acerca do que se concebe como arte e matemática, no sentido de manifestação humana concernente à criatividade, beleza, universalidade, simetria e dinamismo, como qualidades que frequentemente  usamos quando nos referimos quer às artes, quer às matemáticas. Beleza e rigor são comuns a ambas. A matemática tem um notável potencial para revelar estruturas e padrões que nos permitem compreender o mundo que nos rodeia. Desenvolve a capacidade de sonhar e permite imaginar mundos diferentes em busca de tornar possível sua representação, além de dar, também, a possibilidade de comunicar ao mundo esses sonhos e imaginações, de forma clara e não ambígua. A esse respeito, é justamente essa capacidade de enriquecer o imaginário de forma estruturada e representativa, que sempre atraiu e continua a atrair criadores dos mais diversos tipos e estilos das artes e tem influenciado as mais diversas correntes artísticas e matemáticas, pois como a história nos mostra, em muitos casos a matemática tem seu desenvolvimento conceitual motivado por concepções de ordem estética. A beleza é, de fato, o objeto principal do raciocínio e das demonstrações matemáticas, posto que, tanto o matemático, como o pintor ou poeta, exercitam criativamente a produção de padrões, tanto nas formas e cores como nas palavras, nas ideias e combinações lógicas e elaborações analógicas. Todas essas manifestações sociocognitivas e culturais apresentadas por poetas, pintores e matemáticos são expostas como padrões de beleza em cada um dos campos, ou seja, todas têm uma estética em que as ideias, tal como as cores, as palavras ou os sons, devem ajustar-se de forma harmoniosa. Conforme mencionei anteriormente, as ideias expostas por mim, neste prefácio, se constituem em um mantra ou um mote para que o leitor possa abrir as portas de entrada em um cenário por onde circularão os elementos que configurarão um movimento coletivo de pensamentos e práticas em pesquisas que envolvem artes, ciência e formação que convergiram para a gênese e desenvolvimento de um grupo de pesquisa em torno dos conceitos, funda- mentos e métodos conformadores de uma epistemologia da visualidade como um campo de pesquisa voltado à formação de professores de matemática e sua práxis. Ao longo dessas duas décadas pude, em diversos momentos, (com)viver interativamente nas ações formativas, investigativas e de integração profissional docente que propiciou a instituição, constituição e institucionalização do coletivo que atualmente representa o Grupo de Estudos Contemporâneos e Educação Matemática – GECEM, da Universidade Federal de Santa Catarina. A leitura dos originais deste livro me possibilitou identificar como seus autores manifestam suas ideias e reflexões acerca das múltiplas formas de tomar a pluralidade das artes para dar encaminhamentos às pesquisas no âmbito da formação pós-graduada no campo da Educação Matemática. Portanto, considero que esta publicação representa uma forma de testemunho do tempo e do trabalho coletivo do grupo que, de certo modo, representa uma trajetória composta por desafios, criatividade, rigor, empenho e compromisso com a formação científica em Educação Matemática, a partir dos investimentos em direção a um novo subcampo de estudos e pesquisas, que envolve as relações entre as artes e a Educação Matemática. É com essa finalidade que este livro produzido coletivamente pelo GECEM, expressa o serestar dos diversos pesquisadores do grupo, que se dedicam a essa temática, por meio de suas sinopses sociocognitivas e culturais presentes entre o gesto e o conceito, como expressões poéticas de movimentos coletivos que concretamente se mostram nas interrelações centradas em matemática, arte, visualidade e formação de professores. Na mesma esteira tecida pelo GECEM, o livro se estabelece como um atlas cuja cartografia aponta as diversas bifurcações, percursos abertos e trilha- dos pelo grupo em duas décadas de existência. Trata-se da construção de uma territorialização epistemológica constituinte de uma vida que se transforma com matemática e arte, a partir de uma configuração espacial epistemológica exposta na forma de um desenho que contém uma coletânea de escritos esparsos que, por vezes, evidenciam aspectos históricos, representacionais e práticas matemáticas que dão contorno aos ensinos, às formações de professores e às expressões estéticas visuais de ampliação matemática. Considero, também, que em determinados momentos o livro se caracteriza por uma escrita de ensaios-testemunhos referentes às trajetórias de transformação sociocognitiva e cultural de cada um e de todos os membros do grupo na forma de descrições, reflexões e apontamentos de resultados de suas pesquisas, com vistas a caracterizar o coletivo e estilo de pensamento que configura o grupo em seus modos de ser e estar no campo da Educação Matemática em suas conexões com as emergências da contemporaneidade. É nesse formato de publicação que o livro está organizado em dez capítu- los reflexivos sobre a vivência formativa dos participantes do grupo, como uma maneira de valorizar o empreendimento acadêmico estabelecido desde a sua gênese até o contexto atual das disseminações de ideias em outros subcampos aos quais se inseriram seus membros anteriores e atuais, bem como na inserção continuada de novos membros ao grupo. Cabe aos leitores adentrarem na leitura de cada um e de todos os capí- tulos a fim de mergulharem nos temas abordados, para assim poderem extrair as essências que emanam de cada texto e do livro como um todo, de modo a compreender a poematemática expressa na cartografia que compõe o atlas estabelecido pelo grupo. Assim, o leitor poderá compreender a essência das leituras, discussões e reflexões que demarcam a territorialização epistêmica que compõe a Epistemologia do GECEM em seu movimento singular e plural no campo da Educação Matemática. Desejo uma ótima e enriquecedora leitura.

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