A atividade experimental em Física tem estado ausente da maioria das nossas escolas, mesmo naquelas que dispõem de laboratórios bem equipados. Para o Autor, essa realidade se deve muito mais às dificuldades pedagógicas para o desenvolvimento do que à existência de recursos materiais para realizá-las. Nas últimas décadas, em numerosos países, a atividade experimental em física passou por diversas modalidades metodológicas. O Professor Alberto Gastar percorre o caminho de duas vertentes dessas iniciativas didáticas: as realizadas nos Estados Unidos na década de 1960, baseadas na ideia de que é pela experimentação que o aluno entende a teoria; e as propostas mais recentes, inspiradas em grande parte pela teoria de Piaget, em relação à qual o Autor tem sérias restrições.

Uma das questões centrais do ensino de Física na atualidade é entender como os conhecimentos são apresentados aos estudantes e quais são as possibilidades de generalização das conclusões obtidas a partir da consecução das atividades propostas. Percebemos uma grande fragmentação do saber a ser ensinado e a apresentação de teorias como uma verdade absoluta e universal, com uma discussão limitada sobre os seus limites de validade. Isso contribuiu para a construção da ideia, por parte dos estudantes, de que o conhecimento científico é composto por verdades inequívocas e válidas em qualquer contexto. No bojo dessa questão há a discussão sobre a construção de teorias científicas, da validade dos conceitos e das formas como os sujeitos se apropriam desses saberes e os utilizam em ação. Torna-se importante, então, a compreensão da construção de conceitos científicos por parte dos estudantes, identificando as produções de sentido, as representações construídas a partir das situações-problema apresentadas e a utilização, em ação, de modelos conceituais, metas, antecipações, inferências e conhecimentos. Este livro procura apresentar uma discussão no sentido de oferecer elementos para que o professor possa romper com essa situação. Além disso, temos, também, a necessária atenção voltada às práticas avaliativas na dinâmica da sala de aula.