Do amor perdido

O fim de uma relação amorosa, seguido pelo isolamento pela pandemia, despertaram o poeta Francisco Caruso. Existe um silêncio que nem a música preenche. É o silêncio da perda amorosa. Este só pode ser, ou é melhor preenchido pela poesia. Apropriando-se da palavra poética, o cientista e homem renascentista Caruso transforma perda em celebração. Celebração de eros, celebração passional da mulher amada que se distanciou. Celebração do amor, simplesmente. Amor vivido, tal como depreendemos do primeiro livro, que ele intitulou Do amor silenciado. O cientista tornado literato insere-se assim na tradição do lirismo amoroso. Não chega a nos espantar, pois, por ser leitor voraz, o homem renascentista carrega em si latente o vírus da literatura. No presente livro, é novamente o amor, desta vez mais pensado, reflexivo, conceituado, mantendo-se embora a carga erótica, traço forte na poética de Caruso. Traço determinante. Nesta poética, não existe amor sem tesão. Observe-se porém que a celebração do prazer físico assume por vezes dimensões transcendentais na lavra de Caruso. Assim, neste livro, sua poesia aponta, como horizonte discursivo, para uma autêntica filosofia do amor. Mencione-se ainda que no erotismo da poesia de Caruso, para além do êxtase do gozo, o valor maior reside no momento final de apaziguamento e felicidade a dois. Vemos com gosto este poeta recém-nascido – e já em processo de amadurecimento – adentrar-se pelas veredas do amor como conceito, reencontrando a matriz camoniana da lírica amorosa em português. Outros nomes da tradição poética e literária, e também da cancional, são invocados, com destaque para Vinícius de Moraes. Para Caruso, assim como para seus mestres em poesia, o lirismo amoroso é sobretudo devoção à mulher, mesmo ausente. É adoração da fusão entre os corpos. Ítalo Moroconi Escritor e professor do Intituto de Letras da UERJ

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O fim de uma relação amorosa, seguido pelo isolamento pela pandemia, despertaram o poeta Francisco Caruso. Existe um silêncio que nem a música preenche. É o silêncio da perda amorosa. Este só pode ser, ou é melhor preenchido pela poesia. Apropriando-se da palavra poética, o cientista e homem renascentista Caruso transforma perda em celebração. Celebração de eros, celebração passional da mulher amada que se distanciou. Celebração do amor, simplesmente. Amor vivido, tal como depreendemos do primeiro livro, que ele intitulou Do amor silenciado. O cientista tornado literato insere-se assim na tradição do lirismo amoroso. Não chega a nos espantar, pois, por ser leitor voraz, o homem renascentista carrega em si latente o vírus da literatura. No presente livro, é novamente o amor, desta vez mais pensado, reflexivo, conceituado, mantendo-se embora a carga erótica, traço forte na poética de Caruso. Traço determinante. Nesta poética, não existe amor sem tesão. Observe-se porém que a celebração do prazer físico assume por vezes dimensões transcendentais na lavra de Caruso. Assim, neste livro, sua poesia aponta, como horizonte discursivo, para uma autêntica filosofia do amor. Mencione-se ainda que no erotismo da poesia de Caruso, para além do êxtase do gozo, o valor maior reside no momento final de apaziguamento e felicidade a dois. Vemos com gosto este poeta recém-nascido – e já em processo de amadurecimento – adentrar-se pelas veredas do amor como conceito, reencontrando a matriz camoniana da lírica amorosa em português. Outros nomes da tradição poética e literária, e também da cancional, são invocados, com destaque para Vinícius de Moraes. Para Caruso, assim como para seus mestres em poesia, o lirismo amoroso é sobretudo devoção à mulher, mesmo ausente. É adoração da fusão entre os corpos. Ítalo Moroconi Escritor e professor do Intituto de Letras da UERJ

Informações

Peso 151 g
Dimensões 0,8 × 12 × 17 cm
Autor

Editora

Idioma

Por

Data da Publicação

2021

Edição

Categoria

POESIA

Disponibilidade

Disponível

Formato

Brochura