Esta é uma obra coletiva, cujos artigos são recortes de pesquisas realizadas sobre ou no Clube de Ciências da UFPA (CCIUFPA), comemorativa aos 40 anos de existência do CCIUFPA. Ela só se tornou possível porque, em 1979, o saudoso Professor Dr. João Paulo do Vale Mendes, então Diretor do Instituto de Ciências Biológicas da UFPA, acreditou na jovem professora recém-chegada à Instituição, a professora Terezinha Valim Oliver Gonçalves, e em seus propósitos de inovação na formação de professores de Ciências e Matemática. Sim, ele acreditou, apoiou e apostou no trabalho. Profissional de visão futurista, ele compreendeu que renovar a formação de professores no interior da UFPA, por meio de práticas de investigação, promoveria a iniciação científica de estudantes da Educação Básica. O apoio foi enorme! Até compôs a equipe interdisciplinar do CCIUFPA no início dos anos de 1980. Desejamos que o leitor tenha muito proveito com a leitura dos diferentes artigos. Nossa expectativa é contribuir para que novas oportunidades de formação de professores e de iniciação científica sejam criadas, de modo a promover a construção de cidadãos alfabetizados cientificamente, comprometidos com transformações positivas de si e do meio socioambiental e cultural em que vivem. Nos diferentes artigos, evidenciam-se entrelaçamentos de aprendizagens, quer da docência para a iniciação cientifica, quer da iniciação científica, em si, tanto em termos teóricos, quanto de práticas coletivas que orientam e fundamentam a formação de professores para o exercício do Ensino de Ciências e Matemáticas voltado para o desenvolvimento da iniciação científica de estudantes da Educação Básica, por meio da pesquisa em aula. São abordagens de pesquisa narrativa e pesquisa-formação, que encaminham a formação do cidadão crítico, ao perceber, investigar e analisar problemas de seu entorno, buscando respostas para perguntas investigativas, por meio do trabalho coletivo e estudos teórico-práticos. Nossos agradecim

QUE é uma Cantata? Um tipo de composição vocal para uma ou mais vozes com acompanhamento instrumental que contém mais de um movimento e cujo texto não é um fato dramático e sim lírico, descrevendo uma situação psicológica (adaptado da Wikipedia). Ao ler o livro que você tem agora em suas mãos, e como me foi solicitado pelo Prof. Eleandro escrever o prefácio, não pensei em outra palavra para título. A palavra brotou em minha mente, depois de um conjunto de reflexões sobre como deveria escrever este prefácio. Veio como uma associação inconsciente. Por quê? Porque o livro baseia-se em uma estrutura musical que tem prelúdio, interlúdio e poslúdio. O título deste prefácio precisa ser significado, lembrando que aflorou e mexeu comigo, antes mesmo de eu procurar saber exatamente o seu significado. Caiu como uma luva! Então vamos lá. Este livro é uma composição. Não vocal, está certo, mas textual. E não é composto por uma única voz, mas por várias vozes de professores ou outros profissionais da Educação, como o Tradutor Intérprete de Língua de Sinais/Portuguesa – TILSP, interessados e preocupados em melhorar a qualidade do ensino brasileiro. As diferentes vozes se aplicam aqui, mais ainda, pois temos autores que militam em diferentes áreas do conhecimento, tanto nas Ciências Humanas, quanto nas Sociais e nas Exatas: Química, Matemática, Ciências, Artes (capítulo 5, em musicalidade de surdos e capítulo 13, em artes cênicas), tecnologia, e outras áreas que envolvem interdisciplinaridade, como descrito no capítulo 9, que versa sobre Programa Educação, Tecnologia e Profissionalização para Pessoas com Necessidades Educacionais Especiais – TEC NEP, nos Institutos Federais de Ensino. A cantata tem um lirismo porque lida com alguma sorte de situação psicológica. Neste livro existe uma harmonia nas vozes dos autores que os aglutina em torno de um mesmo tema: a codocência. Diferentes situações psicológicas estão contempladas neste livro, com o diálogo envolvendo uma diversidade de seres humanos e profissionais. No capítulo 8, por exemplo, a fmília do educando surdo está em destaque, assim como a professora da sala de recursos, em interação buscando a parceria.