“organizado de forma a aliar diferentes abordagens acerca das questões educacionais que marcam o tempo presente, o livro política Educacional e Dilemas do Ensino em tempo de Crise ao mesmo tempo cumpre uma função acadêmica importante e uma tarefa política essencial. Com rigor acadêmico, mas ao mesmo tempo apresentado forte compromisso político com o alargamento de direitos e com a emancipação humana, ele analisa as (contra) reformas educacionais em curso e como se organiza a profissão docente e a formação de professores em nosso país. Por exemplo, de forma crítica, aborda as questões curriculares presentes na reforma do Ensino Médio e na Base Nacional Comum Curricular, políticas que hoje impactam todos aqueles que trabalham e estudam nas escolas brasileiras e que só foram implementadas (com a forma que estão) em função do recrudescimento das forças de direita, nos últimos anos. È reconfortante vermos reunidos tantos pesquisadores que compartilham a idéia que o trabalho acadêmico é também uma forma de luta, desenvolvendo análises aprofundadas e não maniqueístas sobre a conjuntura educacional. O governo temer – no campo da educação, mas não só nele – tem apresentado inúmeras iniciativas marcadas por perspectivas tanto neoliberais quanto conservadores. Entende-las, conhecer seus fundamentos e suas possíveis consequências, superando o que é propalado pela massiva propaganda governamental, é o primeiro passo para podermos confrontá-las naquilo que elas têm de perverso. O presente livro nos ajuda nesta tarefa, constituindo-se num bom exemplo de que a ação militante pode e deve ter qualidade técnica”.

Este livro, fruto do trabalho coletivo realizado pelo grupo de estudos, pesquisas e discussões, vinculado à Universidade Federal de Santa Maria, “Educação em Ciências em Diálogo” – GEPECiD, apresenta 5 capítulos, abrangendo diferentes práxis de um esperançar coletivo.
“Coletivamente, organizamos capítulos que pudessem representar a nossa história nesses 10 anos. Essa proposta, mais do que indicar caminhos para uma educação problematizadora e dialógica, pretende problematizar aspectos que estão impedindo a construção de uma escola e de uma sociedade pautadas pela justiça social, em que a leitura crítica de mundo possa ser realizada”.
O leitor vai encontrar sementes carregadas de esperanças, potencialidades e desafios, de processos reflexivos pautados no Estilo de Pensamento Curricular Freireano, em busca de terrenos mais férteis. Sementes essas, germinadas coletivamente pelas “abelhas” que constituem a colmeia de construção de conhecimentos
cultivados em busca de uma transformação educacional e social.
“Queremos, com essa obra, continuar o diálogo não apenas com aqueles que compartilham do nosso Estilo de Pensamento, mas, como uma característica nossa, dialogar e aprender também com os demais sujeitos educadores e educadoras (em formação inicial ou permanente) que, assim como nós, sonham e trabalham por um outro mundo possível”.

Estudos baseados em dados sobre atividades de mulheres nos diversos campos científicos vêm se desenvolvendo cada vez mais intensamente. No Brasil, isso é evidenciado pela recente criação do portal de divulgação científica Ciência & Mulher, numa iniciativa da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) para “enaltecer o papel de mulheres cientistas”1. Mas, desde 2013, o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) vem publicando a série Pioneiras da Ciência no Brasil, enquanto iniciativa de popularização da ciência. A 6ª edição dessa série foi lançada em junho de 2016, reafirmando o “objetivo principal de mostrar as histórias das mulheres pesquisadoras que contribuíram, de forma relevante, para o avanço do conhecimento científico e para a formação e ampliação do sistema científico e tecnológico no Brasil”2. Com essas iniciativas, nosso país toma parte de um movimento internacional que visa à valorização da mulher no campo de ciência e tecnologia. Grupos de profissionais promovem seminários e conferências para refletir e discutir sobre os problemas, desafios e avanços das conquistas femininas em ambientes tradicionalmente ocupados por homens. Tal é o caso do Women in Engineering (Mulheres na Engenharia), grupo ligado ao Instituto de Engenheiros Elétricos e Eletrônicos norte-americano, que tem uma rede internacional, sendo que uma das malhas foi criada aqui no Brasil, na Faculdade de Engenharia Elétrica e Computação (FEEC) da Unicamp3. Ultimamente também tem crescido a preocupação de atrair mais mulheres para a ciência, procurando questionar antigas ideias referentes, por exemplo, à falta de inclinação feminina à matemática ou física já desde o Ensino Médio. Sumário Apresentação Introdução 1 As práticas femininas e os conhecimentos sobre a matéria 2 A grande dama da ciência 3 A biografia como construção 4 A biografia e o ambiente sociocultural e científico 5 A biografia revelando est